SUSTENTABILIDADE NO PRIX HOTEL

PROPÓSITO

Desde a implantação e execução da obra até o inicio das atividades em 2013, o PRIX HOTEL se identifica como ECO e SUSTENTÁVEL por sobra de razões. Afinal cumpriu e atende mais de 60 quesitos no aspecto sustentabilidade, do início dos projetos até o estágio de funcionamento. Desde a concepção do empreendimento, das escavações e fundações, foi priorizada a questão ambiental e de responsabilidade social. A experiência de décadas da TREVIPART Empreendimentos e Incorporações Ltda na construção civil, sempre inovando, facilitou esse desafio. A convicção do seu presidente Paulo Afonso Trevisan e equipe levaram o PRIX HOTEL a um padrão surpreendente pela elevada escala atingida. O tema SUSTENTABILIDADE se incorporou em escala mundial nas iniciativas e rotinas das pessoas e empresas, e crescerá dramaticamente.

Cada vez mais pessoas e empreendedores querendo adotar atitudes nesse sentido. Muitos querendo mostrar grandeza mas com ações pequenas. Mas, o difícil é DEIXAR DE SER APENAS UM ARAUTO E ASSUMIR E IMPLEMENTAR NA PRÁTICA O QUE PRECONIZA.

De assumir custos imensos e buscar conhecimentos dispersos. Este é o desafio para a pretensão em escala.

Quantos empreendimentos já nasceram sustentáveis? Poucos. E aqui estamos falando de um projeto que nasceu pioneiramente em 2009 em Passo Fundo RS. Claro que em anos recentes as iniciativas se propagaram e só irá crescer. Mas quantos empreendedores possuem coragem e disposição de investir milhões num Hotel de porte acreditando piamente nesse propósito?

Quantos mantém essa determinação sem pestanejar mesmo quando um pesado investimento assusta e ultrapassa o previsto inicialmente; e destinando entre 15 a 20% do custo total nesse quesito? E de continuar investindo.

Quantos hotéis no Brasil, considerando que a grande maioria foram construídos em décadas passadas, teria condições de efetuar uma adequação de porte? Raros. Este esforço foi feito com sucesso no PRIX HOTEL; e para um complexo que deverá chegar a 15.600m2 com sua última etapa prevista. Isso indica o impacto no investimento.

Significa acreditar num desembolso inicial elevado, e recuperação parcial e apenas no longo prazo. Entender que neste compromisso individual, o público saberá reconhecer nos anos vindouros que esta foi iniciativa relevante e com certa dose de pioneirismo. Determinados equipamentos e componentes poderão até não pagar-se por terem sido novidades e de custo elevado na época; mas não foram dispensados do pacote. Se a vantagem nos dias atuais é a grande oferta de equipamentos de baixo consumo energético, por outro lado a inovação e otimização ainda exige garimpagem da INFORMAÇÃO DISPERSA e desconectada. A construção civil convencional predominante no Brasil exige reciclagens urgentes para reduzir seu impacto ambiental, porque ainda engatinha. A implantação do PRIX HOTEL teve que buscar e selecionar fornecedores e estabelecer para si uma lógica funcional e de eficiência. Adaptar, porque não existem receitas prontas em grande número de quesitos. E o aprendizado foi e continua sendo uma constante.

O nível de conscientização e exigência dos consumidores se expande também no Brasil. E há quem afirme que nos próximos anos será impossível dissociar conceito de luxo na hotelaria de SUSTENTABILIDADE. Então sustentabilidade também é luxo! Inclusive já afirmações a partir de 2014 que a vincula com a expressão ÉTICA! Haverá, segundo analistas do tema, de forma crescente um consumidor menos fútil e mais responsável! Reduzirão as ostentações gratuitas e o luxo autêntico será o responsável, na medida que a face cultural for crescendo.

Aos que se interessam pelo tema Sustentabilidade na Hotelaria mais detalhado, abrimos esse relato verdadeiro da experiência própria no PRIX HOTEL, que evolui em aprendizado e resultados, que aqui se compartilha.

ASPECTOS GERAIS DE SUSTENTABILIDADE CONTEMPLADOS

1. NO PROJETO

A concepção do PRIX HOTEL iniciou e teve flexibilidade para receber ajustes, agregar novos conhecimentos e ser monitorado pelo empreendedor e seus profissionais contratados. Os projetos arquitetônico e estrutural foram mantidos em escritório especializado, e lá os demais se adequando e integrando. De forma dinâmica os ajustes foram sendo feitos e aperfeiçoando o núcleo principal dos propósitos sustentáveis. Simultaneamente tendo que atender as complexas exigências construtivas e sistemas de prevenção de incêndio, isolamento térmico e acústico, estocagem de água potável e pluvial, tratamento de esgoto, aquecimento solar de água, energia, ar condicionado, exaustão, acessibilidade, sistemas de comunicação e gestão. As iniciativas nesse estágio em linhas gerais foram:

1.1 Edificação de volumetria e arquitetura contida, privilegiando o conforto térmico/acústico e correto posicionamento das unidades e áreas frente à incidência solar.

1.2 Aplicação total de revestimento externo com pastilhas de porcelana branca perolizada na torre das UHs, para impermeabilizar e refletir os raios solares e seus impactos na temperatura interna e consequentemente no ar condicionado.

1.3 Janelas com persianas de alumínio brancas anodizadas (não usuais na hotelaria pela manutenção) visando conforto e redução expressiva do aquecimento interno no verão ou perda de calor no inverno. Além disso propicia um ambiente escuro aos hóspedes, o que é raro.

1.4 Vidros de grande porte apenas no hall/térreo (com persianas automatizadas) e no 2º pavimento. Pele de vidro frontal com blackout e apenas nas frentes de baixa incidência solar.

1.5 Shafts (8) para uso simultâneo do hidráulico, exaustão, ventilação interna e troca de calor. Dutos verticais com saídas no topo para renovação natural e melhor qualidade do ar interno.

1.6 Priorizada a iluminação natural mas controlando excesso ou desconforto sazonal.

1.7 Planejados todos os grandes reservatórios e cisternas de armazenagem para água da Corsan, oriundas da Chuva e esta especialmente alimentar as redes de Sprinklers, hidrantes, mangotes e mangotinhos. Cisternas estas implantadas no subsolo e jardins. Isto possibilitou enorme redução da carga do prédio e nas suas fundações, e por consequência, menos ferro e concreto. Os diversos sistemas alternativos e obrigatórios de bombeamento e pressurização exigidos através dos bombeiros foram concentrados também no subsolo.

1.8 Eliminação total de telhados e impermeabilização dos terraços, técnica dominada pelo empreendedor há décadas. Os terraços e substitutos de telhados sem circulação de pessoas, para captação da água da chuva, depois tratada. Redução máxima da dimensão da casa de máquinas por questões arquitetônicas e ampliação do espaço para placas de tubos a vácuo de aquecimento d’água solar.

1.9 Estabelecimento de níveis e pés direitos compatíveis e diferenciados nas quatro edificações que compõem o Prix Hotel, tendo em vista a topografia ondulada da Rua Lava Pés e os 109m de frente atingidos. A seu lado outro edifício, e apenas como informação, o novo Museu do Automobilismo Brasileiro de volumetria arrojada e compondo um complexo equilibrado das edificações. O prédio básico do Museu foi concluído em 2015 mas não é aberto ao público . E as montagens e ambientações internas nos 5 andares serão implantadas gradativamente, até porque não é uma prioridade. O importante é que o mesmo se beneficia dos sistemas disponibilizados do Hotel.

1.10 A correção e elevação em plano inclinado do passeio público na implantação dos jardins e afastamentos, registre-se, reduziu as escavações do terreno e subsolo destinado às garagens.

1.11 A ampliação da área de afastamento exigida pelo Plano Diretor e uso de blocos de concreto na calçada possibilitando maior permeabilidade da água da chuva.

1.12 Separação e distanciamento máximo de áreas ocasionadoras de ruídos das UH’s.

2. NA EXECUÇÃO DA OBRA

Foi determinante a larga experiência de 40 anos na construção civil do empreendedor, nas suas empresas TREVISAN/TREVIPART. Tendo construído dezenas de edifícios em Passo Fundo e Porto Alegre. Assim soube onde buscar materiais apropriados, adequados, e criar também soluções novas para este empreendimento. Senão vejamos:

2.1 Seguiu rigorosamente a decisão de que o empreendimento gerasse o menor volume de resíduos e descartes, permanecendo a maior parte das sobras no local na forma de agregado para argamassas e contra pisos.

2.2 Este foi o primeiro prédio no interior do RS realizado integralmente a partir de 2009 com paredes de blocos de concreto celular (30X60) de baixo peso e alto isolamento termo/acústico. Obtido e insuflado em autoclave e composição de areia/cal e composto de alumínio. Sendo extremamente leve e resistente ao fogo, muitos edifícios passaram a usá-lo nas escadarias enclausuradas. Foram efetuados tratamentos e aplicações preventivas e complementares em todas as paredes externas, para evitar infiltrações. Os resultados tem sido excelentes. Esse conjunto de tecnologias desenvolvidas pelo empreendedor, mostrou-se plenamente confiável.

2.3 Os blocos leves foram serrados no pavimento da sua colocação, com serrotes comuns, e o resíduo resultante empregado como composto em argamassa e contra piso. Houve melhoria em todo processo construtivo com larga redução de cimento e argamassa no levantamento.

2.4 O interior do prédio recebeu rebocos mínimos e sem emboço, no geral de apenas 2mm. Para isso adotou rigoroso controle de prumo na execução das paredes, evitando o usual e imenso desperdício de material. Realizou também rigoroso controle do teor de água, que é crítico nesses rebocos ultrafinos. Reduziu drasticamente o sobe/desce do guincho de obra, na medida em que a massa era feita pelo pedreiro no andar de trabalho, e na quantidade necessária e portanto sem perdas. A maior parte dos pallets de tijolos de concreto celular foram colocados por guindaste contratado, no andar de uso ou o mais próximo possível da utilização, e assim com ínfima quebra.

2.5 Nenhum banheiro (cerca de 200) recebeu reboco ou nivelamento das paredes. Nas paredes cruas foram instalados diretamente os porcelanattos de grande formato, que oferecem grande superfície de agarramento, propiciando redução drástica de rejuntes e encardimento futuro.

2.6 Como os revestimentos de piso/parede mediam 120X60 e parcial 60X60, duros de corte e perfuração, para evitar quebras imensas um engenheiro otimizou no projeto as medidas dos banheiros. Buscou-se o uso máximo de peças inteiras ou múltiplos. A sobra final não atingiu 2% conforme avaliação feita, e grande parte das tiras tiveram outros usos menos nobres.

2.7 Eliminação completa de telhados, tecnologia dominada pelo empreendedor há 20 anos, visando a coleta da água da chuva, alojamento do sistema de placas de aquecimento solar, boilers de estocagem, bombas de circulação e pressurização, caixas de alimentação e facilidades de acesso e manutenções.

2.8 O descarte de itens recicláveis cobiçados como papel/papelão, e da enorme quantidade de plásticos de embalagens de móveis e equipamentos (e outros), foi facilitado por ser estocado no que viria ser o deck externo de fácil acesso pelos catadores. Eventualmente até receberam gratificação adicional e frete para essa coleta. O descarte efetivo em container foi muito pouco usado e apenas no estágio final da obra; porque a caliça resultante foi sendo espalhada e compactada no subsolo e formando a base do contra piso cerâmico da imensa garagem.

2.9 Os nivelamentos de pisos nos andares foram de espessura mínima, e isso foi muito importante. Até a diferença de altura do piso laminado dos quartos e respectivo isolamento acústico foi calculada para coincidir com os níveis prontos dos corredores. Situação rara de otimização na hotelaria. Aqui também grande redução de custos e carga no prédio.

2.10 No quesito de madeiras, chapas, portas e pisos laminados foram usados apenas certificadas que atendiam as normas ambientais.

2.11 Somente utilizadas tintas diluíveis em água, sem uso de solventes e não empregando colas de contato e produtos com risco de toxidade.

2.12 Sob todos os pisos laminados dos quartos, assim como da forração dos corredores, foram aplicados milhares de metros de tapete de borracha de pneu reciclado atóxico; propiciando isolamento acústico excepcional. Não houve qualquer preparação de piso porque a manta preencheu as imperfeições, e com criatividade se eliminou a usual cola de contato. Até esta data não ocorreu nenhuma reclamação consistente de ruído através de pavimento.

3. ESCOLHA DOS EQUIPAMENTOS E PRODUTOS

Nesse processo buscou-se a redução máxima no consumo do trinômio energia/água e gás que tanto afeta os custos na hotelaria. Sustentabilidade como princípio, mas buscando redução dos custos operacionais. Algumas substituições e otimizações de equipamentos foram necessárias.

Em várias situações de ocupação plena os sistemas testados ao limite corresponderam. Relacionando as importantes decisões de escolha:

3.1 Projetos hidráulicos, ilumino técnico, aquecimento d’água, ar condicionado, comunicações, sistemas operacionais sempre avançados e otimizados. Redução máxima dos caminhos e distâncias.

3.2 Instalação de quadros múltiplos de CD de energia no térreo, andares e, específicos das UHs. Com isso é facilitada não só a localização de problemas para manutenção como alimentação e corte por andar e UH existente. Andares ociosos ou unidades sem uso previsto em épocas de baixa demanda, ficam bloqueados e não consumindo energia. Mesmo leds de TV, Ar, frigobar ficam desativados.

3.3. Prioridade total para equipamentos eficientes e de baixo consumo. As centenas de motores existentes nos diferentes equipamentos sempre são padrão Procel A.

3.4 Cumprido o desafio de implantar PELA PRIMEIRA VEZ NO BRASIL 100% ILUMINAÇÃO LED NOS QUARTOS DE UM HOTEL, assim como na maioria das áreas de passagem, corredores, acessos, restaurante. Foi agregado inicialmente lâmpadas TL5 de baixo consumo ( em anos recentes sendo substituídas por Leds tubulares) em pontos no hall dos elevadores, áreas de circulação e espaços de eventos. Na iluminação externa as poucas tipo sódio foram eliminadas em 2017. LEDs de grande capacidade até na iluminação e identificação do hotel foram incorporadas. Assim que 97% da iluminação total instalada é LED.

3.5 Além da redução de até 90% no consumo efetivo de energia, pesou o tempo de vida útil dessas lâmpadas. O Hotel possuindo em torno de 2.400 pontos de iluminação, se concluiu, que a LED significaria livrar-se da irritante e constante troca de lâmpadas. Com frequência um hóspede poderia reclamar de lâmpada queimada. Demorou um ano para uma lâmpada LED ter problema e foi de reator. Até 2019 substituímos no máximo 15 lâmpadas, sendo a metade rosqueadas coladas por terem sido forçadas sua retirada. Todas as rosqueáveis são fixadas ao soquete e luminária com adesivo de alto desempenho, desde a fase de obra. Portanto o resultado está sendo fantástico. Já em 2017  foi  solicitada  redução em 50% da carga contratada com a RGE.

3.6 Aparelhos de ar condicionado apenas os silenciosos e eficientes compressores Inverter em quase todo empreendimento, que na época estavam disponíveis apenas sob encomenda por raros fabricantes e, para grandes consumidores. Consomem 30% menos de energia pelo menos. Todos aparelhos usam apenas gás ecológico.

3.7 Descartado o dispositivo simplório de corte mecânico de energia com cartão nos quartos, porque as pessoas que viajam com frequência já sabem que basta um cartão de visita de papel para liberar. Quando alguém quer manter tudo ligado, porque acha que está pagando e tem direito a isso, nada o demoverá. O corte de energia na UH por temporizador eletrônico e acionado por dispositivo vinculado a saída tem outros inconvenientes. O PRIX HOTEL com todo o aparato de LED, ar condicionado Inverter, e pelo tipo de cliente e rápida permanência não obteria ganho expressivo nesse dispositivo.

3.8 Gerador de energia que atende 100% em consumo máximo, com kit de redução de ruído do motor no padrão hospitalar. Motor homologado para uso de até 25% de biodiesel. Raros hotéis tem essa possibilidade de um gerador atender a demanda total. Quantos eventos de grande porte vão pelo ralo por essa falta de previsão e capacidade, não só pelo risco de apagões como de danos nas redes externas.

3.9 Painéis de aquecimento d’água solar de grande porte com tubos isolados no vácuo, operando em duas redes de boilers separadas. É o primeiro e principal estágio do complexo e eficiente sistema de aquecimento de água. Nos testes de verão manteve fácil temperatura de 49 a 57 graus antes do uso intensivo ao início da noite. Nos invernos de 2013 à 2019 a água só do aquecimento solar manteve-se na faixa média de 20 a 27 graus com circulação constante 24 h reduzindo drasticamente o consumo de gás no segundo estágio.

3.10 No aquecimento da água, item dispendioso na hotelaria, predomina o aquecimento solar conforme explicitado. Os aquecedores a gás trabalham apenas ajustando e levantando a temperatura da água pré aquecida. Ajustando a mínima de alimentação e retorno. São dois sistemas de boilers de grande volume. Na central de aquecedores a gás estão os painéis eletrônicos de controle e ajuste de temperatura e start. A experiência nos comprovou que em determinados dias de verão, dependendo da ocupação, os aquecedores a gás não exigem acionamento.

3.11 O 3ºestágio de aquecimento de água são com resistências elétricas nos dez boilers, que jamais foi usada até este momento. Visando atender alguma situação inusitada que poderia acontecer e ou de resposta imediata, mas obviamente de alto consumo de energia. Instaladas apenas por precaução.

3.12 Isolamento térmico nos principais dutos e colunas de água quente. A maior parte da rede mantida flutuante e sem contato com a estrutura do edifício, pela profusão de furos de passagem. Drástica redução de distâncias das tubulações e todos os registros dentro de shafts e não nos banheiros. Os flexíveis de vaso e pia com mini registro acoplado. Existem entre 4 e 5 possibilidades de corte de alimentação de água entre as colunas e os banheiros para hipótese de manutenção.

3.13 Rede separada de água da chuva (tratada) para alimentação dos vasos sanitários, com dispositivo de descarga de 3 e 6 litros em vasos de fluxo eficiente.

3.14 Efetuada a aquisição de grande volume de equipamentos e utensílios sem embalagens visando redução de custo de aquisição e descarte.

3.15 Sala de Servidores estrategicamente localizada e blindada com equipamentos de última geração rotineiramente sendo exigidos. Concentrados todos os sistemas operacionais, telefonia, vigilância, comunicação, internet, TV a cabo, roteadores e monitoramento dos Ruckus e UniFi das gerações recentes, Enfim gestão operacional centralizada e monitorada a distância. A exigência atual na hotelaria necessita de muitas passagens e acessos, num patamar difícil de ser obtido em empreendimentos já consolidados e que não previram essa evolução de demanda, ainda mais com a forte demanda de dowloads, netflix etc.

3.16 Lavanderia totalmente automatizada usando apenas produtos Bio e até água da chuva tratada e filtrada se necessário. O Hotel dispõe de fossa/filtro específica para tratamento dos efluentes exigida e aprovada pelos órgãos ambientais e monitorada. Tanto que no rigor das normas exigidas em 2017, apenas o Prix Hotel não foi notificado e ou obrigado a fechar sua lavanderia; porque atendeu todas as exigências.

3.17 Contrato de assessoria permanente com a empresa especializada EcoAmbiental para acompanhamento e controle dos efluentes, qualidade da água, destinação do lixo seletivo e atendimento dos convênios com entidades coletoras.

3.18 Pontos de água quente nas cozinhas do Restaurante e do Café/Room Service proveniente dos painéis solares para uso opcional nas máquinas de lavar louça. Redução de aquecimento elétrico na operação.

3.19 As piscinas adulto e infantil também operam com aquecimento solar de painéis convencionais.

3.20 Dispositivos de aeração nos chuveiros para maximizar jato d’água e reduzir consumo. E pressurização da rede de água fria para evitar invasão da água quente e perda de temperatura.

3.21 Torneiras dos banheiros de áreas eventos acionados por temporizadores.

3.22 Abolidas as torneiras mono comando para evitar desperdícios de água quente.

3.23 Sinalização em todos os chuveiros de quais os registros de água fria e quente para evitar abertura desnecessária de água quente.

3.24 Toda a linha de amenities, de produtos de limpeza, higienização interna de todo o hotel são rigorosamente selecionados. Só biodegradáveis, sem toxidez, antialergênicos, que não tenham contra indicações.

4. SISTEMA DE GESTÃO DE ENERGIA – SIGE

A denominação interna de Sistema de Gestão de Energia-SIGE visa o monitoramento, registro e otimização da demanda dos insumos caros e finitos citados: ENERGIA/ÁGUA/GÁS.

Na busca de maior eficiência energética, esse trinômio impactante no custo operacional do hotel, está com acompanhamento rigoroso. A depender da ocupação, época do ano, regime de chuvas, picos de consumo, várias alternativas podem ser adotadas na área operacional.

A seguir uma descrição, e decisões primordiais adotadas na operacionalização:

4.1. ÁGUA QUENTE

ÁGUA QUENTE NUM HOTEL É MUITO CARA! Partindo dessa premissa foi implantada a grande estrutura de painéis de aquecimento d’água solar, e complementação com aquecedores a gás. O monitoramento já abraça o longo período de 2014 à 2019 com anotações diárias das temperaturas em pontos fixos: descida de colunas, retorno, boilers de entrada, painéis solares e avaliação das perdas de temperatura entre descida e retorno, etc. Mais verificações adicionais em shafts. A confrontação com as temperaturas externas, incidência solar, época do ano, regime de chuvas, se traduz num conjunto de referências e variáveis de alguma complexidade. Mas conclusivas e enriquecedoras para o SIGE. Algumas situações críticas aconteceram por defeitos em boias controladoras de volumes de água armazenados e bombas auxiliares, mas administradas. Assim que aos poucos o conhecimento se acumula e o PRIX HOTEL está com o sistema bem administrado. Infelizmente esse tipo de informação conjugada não se obtém no mercado. As informações continuam fragmentadas ou quem as possui não as compartilha. É praticamente impossível achar uma descrição dessa experiência do Prix Hotel no Brasil. Nós desconhecemos. Imagina-se que os detentores desse conhecimento ainda são poucos. E a maioria dos fabricantes ou fornecedores não oferecem um pacote completo e dispositivos de automação conjugados. Antes de abrir o hotel foram 8 meses só de testes e ajustes de canalizações e fluxo. E um dos maiores segredos está nos sistemas de bombeamento e pressurização da água. Concluiu-se como indispensáveis a instalação de registros em profusão, com bombas reservas de circulação e pressurização porque várias ao funcionarem 24h diárias tem sua vida útil reduzida. Um sistema nesse patamar de eficiência ajuda a não perder hóspedes. Banho frio ou morno num período de ocupação máxima no inverno ninguém deseja. Ainda no aspecto técnico, inúmeras correlações tem sido testadas: Regulagens e ajustes dos mínimos e máximos dos aquecedores a gás; liberação parcial da água pré-aquecida estocada nas baterias de boilers; redirecionamento e bloqueio de boilers do solar para aumento do patamar de temperatura da água na rede, etc. Toda a água fria potável é da Corsan. Poço artesiano, apenas no futuro e se atender aos exigentes padrões e legislação ambiental vigente. A estocagem da água da chuva possui a respeitável capacidade de 165 mil litros, que alimenta inclusive todas as redes de incêndio e sprinklers (1ª obra no RS a usar tubos Tigre Fire). Isso reduz o risco de corrosão por nitratos na tubulação galvanizada daquela água proveniente de mananciais e poços artesianos, situação já enfrentada pelo empreendedor.

4.2. AR CONDICIONADO E IMPACTO NO CONSUMO ENERGÉTICO

O equipamento de ar condicionado é extremamente relevante no dimensionamento da carga de um empreendimento hoteleiro. Obviamente porque se acionados por largos períodos e em grande nº de máquinas o consumo energético sobe às nuvens. Com máquinas convencionais o consumo poderia chegar a 50% ou mais da demanda de energia do empreendimento. Mas com todo o isolamento térmico do prédio e, ar condicionado Inverter, está bem abaixo disso. A primeira intenção foi induzir ao seu menor uso possível. Para isso quanto mais agradável o hóspede encontrar seu quarto menos propensão de ligar o ar condicionado ele terá. O isolamento térmico do ambiente externo e interno, ainda mais numa região de drásticas mudanças de temperatura como Passo Fundo, é muito recomendado. Se o hóspede deixar ligado o aparelho de ar ao sair, aqui não tão frequente, que o consumo seja menor. E não basta mais os antiquados cortes de energia mecânicos, onde até um cartão de visita de papel aciona o mecanismo e mantem tudo energizado como já foi aqui dito. Aí entra a linha INVERTER onde a economia supera 30%. A rapidez na resposta de aquecimento ou refrigeração também é importante, assim como evitar perdas e, importante, efetuando a correta manutenção e limpeza das maquinas internas e externas. O posicionamento dos compressores externos para ventilação e troca de ar adequado influi muito no desempenho e consumo, e isso foi buscado e aprimorado. Porque melhora significativamente a eficiência.

4.3 PLANO DE ILUMINAÇÃO

Lembramos aqui como foi o início, com longas avaliações dos modelos que vinham sendo disponibilizados em termos de lâmpadas LED; de 2010 ao início de 2013. Chegou-se a 17 modelos distintos de LEDs para os diferentes locais de uso e propósitos no Plano de Iluminação instituído. Hoje são mais de 28 tipos. Na época alguns modelos foram fabricados sob encomenda e conseguiu-se chegar a um mix final, que representa hoje 97% de toda iluminação do hotel. É muito complexa a escolha de modelos pelas diferentes características técnicas disponíveis.  Hoje pelo menos as novas versões permitem otimizações e maior economicidade em relação à época desta implantação. Mesmo agora em 2019 vários fabricantes e fornecedores afirmam que não existe na hotelaria de porte Brasileira algo nesse patamar, o que nos enaltece e estimula.

Ficar numa carga máxima de iluminação por UH entre 44,5/52,5Watts somando quarto e banheiro usando apenas lâmpadas LEDs é uma proeza! Dezenas com apenas 38,5W. As luminárias de cabeceira tem apenas 1,5W cada uma, e as de leitura 4W, desenvolvidas com exclusividade para o Prix Hotel. Isso significa uma cabeceira iluminada com apenas 11W ! Isso é EFICIÊNCIA ENERGÉTICA PURA nos dias atuais. Iluminação contida para as UHs é o critério atual.

Os modelos de LEDs aparecem e desaparecem de forma contínua, é bom que se diga. Várias que não tiveram continuidade de entrega e ou saíram de linha de fabricação, trazem dificuldades de reposição. Modelos com ângulos de abertura maior e de uso mais adequado e dimerização só chegou nos anos recentes. Iluminação com melhor tolerância para o olho humano também. Tentou-se buscar fornecedores confiáveis pela eventual perda de capacidade de iluminação ao longo da vida útil. Mas numa era quase tudo “made in China” quem garante. Uma coisa era certa, o barateamento desse tipo de lâmpada nos anos seguintes e novas versões, se confirmou. É a era LED na iluminação e de enorme significado.

O aumento da vida útil das lâmpadas pelo uso concentrado de LEDs é extraordinário. E caso assim não fosse os 2400 pontos de iluminação existentes provavelmente exigiriam substituições diárias no período de funcionamento, como já foi citado. Significaria trabalho e transtorno inaceitável, mas frequente na rotina da hotelaria que usa padrão convencional. De qualquer forma, ainda priorizou-se dupla iluminação em vários espaços: banheiro, hall entrada, lados da cabeceira, e nas bancadas de trabalho. Banheiros bem iluminados e quartos aconchegantes. Iluminação contida no geral e descartada a iluminação indireta. Seriam perdas inadmissíveis nos dias atuais. O posicionamento dos pontos, a conjugação das potências das lâmpadas, e a eliminação dos pontos escuros não tem receita pronta, cada caso é um caso…

O reflexo na redução do consumo é muito expressivo, já que as LEDs consomem até 90% menos de energia. O vultoso custo inicial das lâmpadas praticamente já se pagou a grosso modo nos 3 primeiros anos e não mais em 4 como previsto.

A inexistência de parâmetros práticos ou orientação técnica disponível, obrigou o empreendedor a trabalhar muito para chegar nesse objetivo. Assim que, o projeto ilumino técnico, ficou “as built” pela contínua readequação e redução de carga na fase de execução. Gradativamente apenas LED e várias com sensor de presença. Mesmo já tendo sido aprovada  a operação em rampa do gerador que atende 100% da demanda. Isto iria baratear a conta de energia ligando diariamente no horário de pico (tarifa X 12). Mas por questões de carga/demanda contratada essa decisão foi transferida para o futuro. Até porque as oscilações de corrente, o liga/desliga, se mostram inimigas não só do gerador como da parafernália eletrônica instalada, especialmente no sistema Wi-Fi.

5. USUARIO TOMANDO PARTE ATIVA
Nesse patamar de comprometimento ambiental, é voz corrente entre os experts que o empreendimento também deve assumir um papel de responsabilidade na conscientização dos seus colaboradores e usuários. A prática de ações ambientais e de sustentabilidade deve ser disseminada, ter significado e capacidade de convencimento. No caso do PRIX HOTEL estas práticas e atitudes já deflagradas vem sendo divulgadas a pleno, e se incorporaram aos propósitos do empreendimento. A abrangência do que se denomina SUSTENTABILIDADE é realmente muito ampla. E muitos usuários, de forma crescente, participam e entendem da busca ao nobre objetivo. Basta ver o grande número de comentários positivos já existentes nos sites de reserva e de avaliação da hotelaria sobre o PRIX HOTEL. Todas as atitudes, por menores que sejam, são relevantes. E a dimensão das responsabilidades está indo para outros patamares. Por isso, desde o início fomos agregando muita informação interna para os hóspedes e também para os funcionários. Aqueles hospedes que desejam mais iluminação nos apartamentos, mas são raros, temos opções complementares.

Em níveis elevados de discussão sobre Sustentabilidade, cresceu muito para aqueles que a desejam de forma relevante em vários segmentos, entre os quais a hotelaria, que não devemos apenas sugerir, mas conduzir e até em algumas situações não deixar alternativas. No caso da iluminação das UHs ou apartamentos, funciona parte na base da “recompensa”, exigindo algum empenho do usuário para obter a luminosidade máxima. É UM PROCEDIMENTO EDUCATIVO INDUZIDO? Pode ser. Mesmo que eventualmente haja alguma reclamação, mas à luz do nosso proposito acabando aceitando. Lentamente a conscientização das pessoas está acontecendo e por conseguinte a mudança de atitude.

6. RESULTADOS COMPENSADORES
Ao completar mais de dois anos de funcionamento só temos orgulho pelo caminho trilhado e direcionamento adotado. Faz parte da nossa agenda estratégica e de consolidação. Todos sabemos que SUSTENTABILIDADE não é modismo. Também a convicção de que ser sustentável em todas as frentes, não só por princípios, pode ser um bom negócio também ao longo do tempo.

Paulo Afonso Trevisan

AQUECIMENTO SOLAR DE ÁGUA

No PRIX HOTEL Passo Fundo, o aquecimento solar representa o 1º estágio do aquecimento de água. É o principal e possibilita na maior parte do ano o consumo direto de água aquecida nos aquecedores solares. No rigor do inverno a estocagem fica na temperatura média de 22º a 28º.

No verão se mantém entre 48º e 58ª. O 2º estágio são de aquecedores a gás (4) para levantar o delta ou diferença de temperatura usual de banho. O consumo de gás tem sido extraordinário. O 3º estágio que é estritamente de emergência, ou para situações anômalas de consumo, são 10 aquecedores elétricos de 4.000W cada e instalados nos boilers.

Essa grande estrutura foi planejada para atender esse crucial quesito da hotelaria. O PRIX HOTEL em Passo Fundo desenvolveu novos aspectos técnicos para chegar nesta otimização de consumo de gás e energia com sensível redução de custo operacional. Investimento elevado mas de resultados excepcionais.

LÂMPADAS LEDS

1º hotel no Brasil apenas com lâmpadas LEDS nas acomodações e em 92% do Empreendimento. Viabilização realizada pelo empreendedor conjugando 17 modelos segundo as características, ângulos de abertura da luminosidade e maior ou menor agressividade ao olho humano. Altíssimo investimento que já começou a ser quitado pela grande redução de consumo de energia e grande vida útil. Projeto desenvolvido ainda em 2011/12 na fase de obra e que virou case na hotelaria Brasileira.

ÁGUA DA CHUVA

Sistema de armazenagem de água da chuva com tratamento para uso nos vasos, lavanderia e jardins. Isso reduz expressivamente o consumo de água potável fornecida pela CORSAN. São 165.000 litros de capacidade de armazenagem, alimentada por grande superfície de captação em toda a área que envolve o Hotel e o Museu integrado.

AR CONDICIONADO INVERTER

1º Hotel na Região Sul a utilizar apenas aparelhos de ar-condicionado Inverter nos apartamentos. Alta eficiência e funcionamento contínuo com baixo ruído. É a melhor alternativa disponível do ponto de vista de sustentabilidade e economiza no mínimo 30% de energia. Todas as máquinas inclusive das áreas de eventos e operacionais utilizam apenas gás ecológico.